segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ele não está tão a fim de você

Fim de noite no domingo, depois de uma pizza com a amiga. O que fazer? Passar na locadora, claro. Os melhores filmes e os lançamentos mais recentes não estavam lá. Comecei a passar os olhos pelos outros filmes na prateleira, até que me deparei com “Ele não está tão afim de você”. Não ouvi muita coisa sobre o filme, mas no elenco estão Drew Barrymore e Jennifer Aniston, minhas queridinhas norte-americanas. Resolvi alugá-lo, mais pra matar a curiosidade do que por estar interessada na história.
Esperava uma comédia romântica normal, mas não é bem assim. O filme fala sobre um grupo de pessoas (que de algum modo estão interligadas umas com as outras) e suas confusões nos relacionamentos.  Eu iria me enrolar muito pra explicar a sinopse (acreditem, eu tentei e o resultado foi: mais duas páginas de texto), então Ctrl + C e Ctrl + V da wikipédia (com correções e adaptações feitas por mim):
Romântica incorrigível, Gigi sai com Conor, que simplesmente não liga no dia seguinte. Quando ela vai ao lugar onde o rapaz frequenta, conhece Alex, colega de quarto de Conor e que tem uma visão muito clara sobre o mundo, empenhando-se em mostrar a verdade para Gigi numa viagem ao complicado mundo da mente dos homens. Enquanto isso, Conor está enrolado com uma cantora chamada Anna, mas ela gosta mais de Ben, que é casado com Janine que, por sua vez, trabalha com Gigi. A chefe das duas, Beth, é namorada de Neil, que é o melhor amigo de Ben, eles estão juntos há sete anos, mas ele não quer casar. E Mary, melhor amiga de Anna, publicitária que fará anúncios para divulgar o trabalho de Conor, só procura por relacionamentos na Internet.

O filme não tem mocinhos e bandidos, não tem um casal que você torça pra ficarem juntos ou um cara que você torce pra se dar mal. Primeiro porque você se vê nos personagens (pelo menos em algum deles). Gigi é como muitas mulheres, desesperada pra encontrar um ‘alguém especial’ a garota busca por ‘sinais’ escondidos em todos os gestos com os caras que sai, claro que ela acaba se decepcionando 99,9% das vezes, justamente por sonhar de mais. Quem aqui não conhece uma Gigi? Que mulher que nunca ficou frustrada ao esperar o celular tocar e ele não tocou? Que homem nunca usou a desculpa “nos vemos por aí” pra não ter que ligar e sair de novo com aquela garota que é meio sem graça?
Tentar explicar a história do filme é difícil, ainda mais por se tratar de várias pessoas diferentes, com neuras diferentes, vidas diferentes, histórias diferentes, mas com o mesmo problema: relacionamento.
Tenho que concordar que ri de algumas cenas por lembrar de situações que eu mesma vivi, ou que amigas viveram e até mesmo amigos. Alex me pareceu o mais centrado, com verdades (às vezes ácidas) sobre relacionamentos. “Se um homem quiser sair com você, ele irá te procurar. Não importa se viajou, se está ocupado no trabalho, se a avó morreu... Ele não perdeu seu telefone, ele simplesmente não vê motivos pra te ligar.”
Agora, vai explicar isso pras mulheres? Sonhadoras e fantasiando com coisas impossíveis, nós (eu sou mais prática que a maioria das mulheres, mas acho que às vezes também caio na besteira de sonhar com coisas assim. Por isso sou mulher, oras) temos a mania de querer que a vida seja um filme. Ouvimos histórias de romances que deram certo, de homens galinhas que se tornaram os mais fiéis maridos, sonhamos com declarações de amor em horários inesperados e mudanças de comportamento e hábitos que nos irritam. Convenhamos que Alex tem razão: Coisas assim acontecem, mas são excessão, não acontecem a todo momento e com todo mundo. Nós somos a regra, sonhamos em ser excessão, mas não somos. Simples assim.
Fugi do filme e falei de relacionamentos! Tudo bem, isso acontece.. rs
Voltando ao filme, ele vai muito bem até os 45’ do segundo tempo. Desconstruindo fantasias, levantando argumentos, expondo opiniões, provocando tudo aquilo que os filmes, livros e novelas te fizeram acreditar. Mas, como é uma comédia romântica, adivinha como termina?
Todos felizes para sempre? Será? Bem... Não vou entregar o ouro.